Aviões - P-47 Tuhnderbolt
O P-47 Thunderbolt, assim como a maioria dos grandes caças americanos, foi recebido com reservas. Nos inicio dos anos 40 a filosofia era de usar caças leves e ágeis, e as seis toneladas do caça vazio causou certo impacto a todos, mas independente de seu tamanho o P-47 foi o caça americano produzido em maior quantidade e foi utilizado em todas as frentes de batalha de Segunda Guerra.
XP-47B, fotografado quando deixava o hangar, em abril de 1941.
Em 12 de junho de 1940, o engenheiro-chefe da Republic Aviation Corporation apresentou o projeto do avião, que recebeu a designação de XP-47B, cujas especificações estavam de acordo com os relatórios da guerra na Europa.
P-47B, aeronave que entrou em operação na Europa no final de 1942.
A instalação do potente motor radial R-2899 de 18 cilindros e 1.850hp de potência foi tão complicada que o avião quase foi todo projetado em função dele. Os escapes do turbocompressor, por questões aerodinâmicas tiveram de ser colocados na traseira da aeronave. Os próprios escapes do motor, juntados em dois canos monstruosos, também causaram aborrecimentos.
P-47C nos céus da Europa
As hélices de quatros pás utilizadas tinham grande dimensão, o que exigia um trem de aterrissagem bem longo para se evitar problemas na decolagem e no pouso. Como a proposta era de colocar quatro metralhadoras em cada asas, um trem muito grande dificultaria o acomodamento de metralhadoras, assim o trem de pouso encolhia 22cm para caber dentro da asas, grande inovação tecnológica na época.
A carenagem do motor não era circular, mas projetava-se para baixo, numa seção em forma de pêra, acomodando os dutos dos radiadores de óleo esquerdo e direito bem como o volumoso radiador. O ar captado por este saía por uma grande válvula retangular na fuselagem traseira. O cockpit, muito bem equipado, contava com sistemas e equipamentos exclusivos, inexistentes na época em outros caças: indicadores elétricos de combustível, ar condicionado, controle de aquecimento de armas e dispositivos de degelo automático por meio de bomba. Trazia ainda um grande pára-brisas em V, capota articulada para cima e pronunciada carenagem superior que se estendia até a fuselagem traseira. O exército americano encomendou 171 unidades, seguidas de 602 do modelo aperfeiçoado P-47C.
Nota-se neste P-47C o novo suporte ventral com tanque de combustível.
Os primeiros aviões deixaram a linha de montagem em março de 1942, tinham capota deslizante, ejetável, planos móveis revestidos de metal (novidade na época), antena de rádio inclinada, ailerons rombudos e motor R-2800-21 de série.
Em 1943, na Inglaterra efetuou sua primeira missão de escolta no dia 13 de abril. Mas com apenas 1.155 litros de combustível não pode acompanhar os bombardeiros por muito tempo e além disso encontrava dificuldade nos combates a curta distância com os Me 109 e os FW 190, devido a sua grande velocidade de mergulho era capaz de escapar destes caças, mas o que se esperava é que derrubasse os caças de Luftwaffe e não fugisse deles.
A principal diferença do modelo P-47C era sua cabine pressurizada. Além disso houveram outras alterações: o motor passou a ser montado 30cm mais a frente o que resolveu um problema de equilíbrio da aeronave e colocou-se um ponto de fixação sob a fuselagem, onde poderia ser fixado uma bomba de 227kg ou um tanque de 757 litros. Em meados de 1943 chegaram as linhas de frente os P-47D, nesta época a resistência do Thunderbolt já era quase lendária.
O xadrez da carenagem do motor indica que este P-47D participou das atividades que envolveram o Dia D.
A versão D trazia muitos melhoramentos: motor aperfeiçoado, blindagem mais eficiente no habitáculo, pneus reforçados que suportavam a decolagem com mais combustível ou bombas mesmo em pistas esburacadas (a partir do P-47D-20 a aeronave passou a receber asa universal, possibilitando a carga de combustível e bombas simultaneamente). Com três tanques extras o Thunderbolt podia escoltar bombardeiros até pontos bem no interior do território alemão, acompanhando assim a maioria das missões. No retorno destas missões passou a se tornar prática comum utilizar a munição não utilizada contra alvos ocasionais, assim o P-47D tornou-se o principal caça de ataque ao solo tanto no final da guerra na Europa tanto no Pacífico.
O avião operava em campos de pouso de péssima qualidade.
Nos quais eventualmente ocorriam acidentes.
Foi equipado com o P-47D que o 1º Grupo de Caças da FAB (Forças Aérea Brasileira) lutou na Itália de meados de 1944 a 1945. Os pilotos brasileiros participaram integrados ao 350º Grupo de Caças americano e tiveram desempenho muito elogiado, chegando a executar mais de 40 missões de ataque ao solo num só dia. Os principais alvos eram veículos, pontes, depósitos e concentrações de tropas. Sua contribuição foi indiscutivelmente decisiva para a derrota das forças nazistas na campanha da Itália.
As únicas outras variantes colocadas em serviço foram P-47M e P-47N. O modelo M foi produzido as pressas para combater as bombas voadoras V-1 e também enfrentar os jatos Me 262 e Me 163. Tinha motor R-2800-57(C) superpotente e turbocompressor reforçado para torna-lo o caça a pistão mais rápido daquela época (811km/h). Trazia ainda freios aerodinâmicos para a redução de velocidade quando, nos combates a curta distância, o piloto buscava alinha-lo atrás de aviões mais lentos.
O modelo P-47N era quase um novo avião, com asas de grande envergadura com previsão para receber pesos maiores e conter mais combustível (no total 4.792 litros, 3637 litros a mias que a primeira versão). Tudo isso resultou num eficiente caça de longo alcance para a guerra no Pacífico, embora seus 9.616kg de peso na decolagem exigissem maior preocupação com o trem de pouso, além de uma boa pista de razoável extensão. Possuíam as pontas das asas aparadas e ailerons maiores para rolamentos mais rápidos além de lançadores de foguetes.
Nesta foto vê-se dois aviões de grande porte para seu tempo, o P-47 Thunderbolt e o moderno avião antitanque A-10 Thunderbolt.
Consideradas todas as versões foram produzidos 15.660 aparelhos, que voaram em 546.000 missões de combate entre março de 1943 e agosto de 1945. Registraram uma perda de 0,7% por missão e 5 aviões destruídos para cada P-47 derrubado. Lançaram 119.750 toneladas de bombas e dispararam 132 milhões de balas além de cerca de 60 mil foguetes. Finalmente destruíram 3.752 aviões no ar e outros 3.315 no solo.
Voltar para Plastimodelismo
Voltar para Aviões
Atualizado em 17/01/2001